
resta-me apenas o silêncio
que me dizem os gestos das tuas palavras…
e bebendo o teu olhar
espero-te no alpendre
talhado por mãos
feitas poema
tenho o teu odormetáfora que emprestasao corpo que deitas comigona noite de todos os viveres...é madrugada!
acorda-nos o desejo,
respira-se a terra molhada...
é tempo dos sentires.
Não tenho mais palavras.Gastei-as a negar-te...(Só a negar-te eu pude combaterO terror de te verEm toda a parte.)"
"Há o risco de um pássaro a voar quando se atira um amor ao mundo.Há mundos que não têm céu suficiente para acolher um amor assim.
Se quando olhas para o céu vês um espaço diminuto demais para lhe poderes lançar o que sentes: então é amor."
"escrevo-te deste tempo ausentecom pupilas dilatadas.escrevo-te quase só, exausto,quase cego, quase louco.ninguém escuta a minha voz sobre as ruínas,o grito, a dor, nada.há um poema que atravessa os muros,um nó que se aperta na garganta,um silêncio que entardecequando todos partem.sou, talvez, um caminhante solitáriopelas estrelas sem nome.aquele que caminha quando todos dormemfechando todas as portasque o tempo não apaga."